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domingo, 25 de novembro de 2012

A casa verde indiana


Os arquitetos do estúdio Hiren Patel construíram na cidade de Ahmedabad, na Índia, uma casa sustentável. Várias foram as características adotadas na casa: a sala de estar tem grandes janelas e aberturas (para iluminação e ventilação naturais) e plantas por perto, para melhorar ainda mais o isolamento térmico.
Como tem o certificado LEED, foi importante também se preocupar com a eficiência energética. Para isso, o projeto foi feito para usar o máximo possível de iluminação natural, que é forte durante o ano inteiro no país. Ao mesmo tempo, plantas e estruturas de madeira do lado externo da casa ajudam a conter o calor, fazendo que mesmo a utilização de iluminação natural não deixe o ambiente interno muito quente.
Na hora do acabamento, arquitetos e a família moradora optaram por produtos de decoração e revestimento locais da Índia, que usam mão de obra e matérias-primas locais e necessitam de menos transporte, além de incentivar a economia local.

sábado, 12 de maio de 2012

O GAP da engenharia cobra a conta




Greg Epperson/Shutterstock
No cenário atual, engenheiros de obra são profissionais raros. Às construtoras, restaram duas alternativas: contratar engenheiros recém-formados, sem experiência e às vezes malformados, ou então buscar profissionais veteranos, próximos da aposentadoria. Esse é o resultado de um gap de gerações, entre 1980 e 1995, que por causa da hiperinflação e sucessivos fracassos econômicos, acarretou na desvalorização da engenharia civil e no desinteresse pela carreira. Crescendo a taxas altas e com a escalada da produção de unidades imobiliárias para as classes C e D, engenheiros são disputados pelo bolso e pelos benefícios. A estagnação de antes dá lugar agora a um fenômeno autofágico, em que uma empresa assedia o profissional de outra abertamente, que inclui até os veteranos.

O fenômeno é confirmado pelo consultor Nilton Vargas, diretor da Neolabor, que durante anos vem trabalhando em programas de gestão para atualização de quadros de grandes empresas. Segundo Vargas, engenheiros que haviam saído do mercado para montar pequenas construtoras e empreiteiras estão voltando como empregados. Uma das grandes qualidades dessa geração, segundo ele, é ter uma vivência técnica sem similar entre os mais jovens, mas faz uma ressalva: quem contratá-los deve estar preparado para um possível "choque de culturas". "Os mais velhos têm muito a ensinar, enquanto os mais jovens são mais familiarizados com as Tecnologias de Informação, imprescindíveis hoje", explica Vargas. "É preciso 'casar' as competências dessas duas gerações, e os mais velhos podem servir de mentores dos mais novos", sugere Vargas.

Mas conseguir isso não é fácil, adianta o consultor. O problema, segundo Vargas, é que os mais velhos têm muito conhecimento técnico mas pouca habilidade de relacionamento. "Como chefes, têm o perfil de tocadores de obra, mas pouca visão empresarial", explica. "Os jovens terminam a faculdade e logo fazem um MBA, o que lhes dá mais visão de negócio. Aí as diferenças logo aparecem e podem se tornar problemas em vez de um encontro saudável." Às empresas que não dispõem de programas nem tempo para fazer essa aproximação de gerações e intercâmbio de competências de conhecimento, Vargas aconselha que, em vez dos cargos de chefia, os engenheiros mais velhos possam ser contratados como consultores ou formadores.
Experiência é fundamental
Para Roberto de Souza, diretor do CTE (Centro de Tecnologia de Edificações), empresa de gerenciamento e consultoria para a construção, as mudanças do setor estão exigindo posturas que dificilmente alguém fora do mercado conseguirá retomar sem atua­lização ampla, sobretudo em TI e nos aspectos de planejamento. "Estamos trabalhando com os mesmos paradigmas mas num cenário novo", explica Souza. "O setor está crescendo rapidamente, os incorporadores abriram capital, e as empresas passaram de seis para 60 obras. As grandes construtoras estão com 200 a 220 obras, atuando em escala nacional. Mas o modelo de gestão não acompanhou isso", alerta. "Imagina um profissional voltando ao mercado nesse cenário."

A outra questão, lembra Souza, é que os profissionais que ficaram no setor, os mais experientes, foram alçados a posições de gerência de planejamento, de projetos, de suprimentos, gerência regional e até para diretorias. Isso acabou criando um vácuo na ponta da produção. Lançados às obras em meio ao caos dos prazos, os mais novos podem ter problemas. Essa é, para Souza, a razão de tantas obras estarem fora de controle. "O engenheiro de obra é o último elo da cadeia, tem que fazer a fábrica funcionar e, ao mesmo tempo, reportar todas as ações da produção no sistema de gestão da empresa", esclarece Souza. "O engenheiro, geralmente muito novo, saiu de uma obra de 10 mil m2 para uma de 100 mil m2, sem qualquer treinamento", espanta-se.

Para Souza, o engenheiro de obra está rendido, e a construtora também fica refém até de profissionais que não são competentes, pois não pode abrir mão de nenhum. Resta gerenciar e administrar. Criou-se, acredita Souza, uma situação que ainda não se estabilizou. Mas o pior, de acordo com ele, é que os atrasos nas obras estão sendo admitidos como naturais e entram facilmente nos seis meses de carência de entrega. Há também sinais, segundo o consultor, de que os custos das obras estão paulatinamente se descolando do INCC (Índice Nacional de Custo da Construção), base dos reajustes de contratos. "Se isso se caracterizar como tendência, poderá haver um comprometimento das margens de rentabilidade dos empreendimentos em construção", alerta Souza. Além disso, a qualidade estaria deixando a desejar. "Os sistemas de gestão da qualidade, as inspeções de serviços e os controles tecnológicos não estão rodando 100% nos canteiros, podendo gerar problemas para os consumidores", explica.

O perfil do engenheiro, portanto, terá que mudar muito. Antes havia o tocador de obras, que pegava o chicote e fazia todos trabalharem. Na transição, esclarece, o engenheiro de obra torna-se um "burocrata-administrativo", que fica o dia inteiro no computador para entregar o relatório do SAP, preencher a planilha financeira, receber o auditor de segurança, preencher as planilhas da qualidade, de orçamento, cuidar do empreiteiro e fazer a licitação e a equalização de propostas para o suprimento. "Eu acho que temos de evoluir para uma solução setorial, criar uma universidade corporativa da construção, definir um perfil para o engenheiro que necessitamos e capacitá-lo, desde projeto e planejamento de obra, gestão de contratos de fornecimento, gestão da qualidade, da segurança e meio ambiente", sugere Souza.

De Brasília até a Bolsa de Valores
Década de 1960 - Sem mecanização, os canteiros empregavam grande número de pessoas. Na construção de Brasília, inaugurada em 1960 e que durou quatro anos, trabalharam 65 mil operários. Quem toca a obra é o mestre. Começam a se consolidar as grandes empreiteiras nacionais.

Arquivo publico do DF
Década de 1970 - Fase do regime militar e do "milagre econômico", que gerou a construção de grandes barragens, hidrelétricas e estradas. Implantação de novos processos tecnológicos em obras de construção pesada e na habitação de larga escala, promovida pelo BNH. Qualificação dos engenheiros e início da criação de grandes empresas de projetos.

iladm/Shutterstock
Década de 1980 - Extinção do BNH e agravamento da inflação. Fim das grandes obras de infraestrutura e recessão no setor imobiliário. Desvalorização da engenharia e início da "ciranda financeira" das aplicações. Engenheiros migram para outros setores. Sem nenhuma preocupação com prazos e custos, as obras imobiliárias deixam a inovação de lado.

Década de 1990 - Encol e Método aplicam a engenharia de produção à construção civil. O baixo crescimento da economia motiva a busca pelo aumento da produtividade e redução de custos. O drywall, a alvenaria racionalizada, o banheiro pronto e outras tecnologias aparecem. Uso do Project para controle das obras. Surgem a nova NR-18, que renova a ênfase na segurança, e os programas de qualidade, como Qualihab e PBQP-H.

Divulgação: Racional Engenharia
2000/2005 - A URV (Unidade Real de Valor) e o Plano Real domam a inflação. Nasce a visão sistêmica da obra. Busca pelas certificações ISO 9000 e ISO 14000. Uso de sistemas pré-fabricados e mecanização das obras. Fabricantes de novas tecnologias oferecem treinamentos. Aumento das preocupações ambientais.

A partir de 2005 - As construtoras se lançam na Bolsa de Valores. A alienação fiduciária, a securitização de recebíveis e o patrimônio de afetação criam arcabouço jurídico seguro para financiamentos. Criação do Programa de Aceleração do Crescimento e do programa Minha Casa, Minha Vida. Interesse pelo segmento de habitação popular. Engenheiros são incentivados a buscar conhecimento em negócios, que ganha tanta importância quanto o conhecimento técnico.

Marcelo Scandroli


Fotos: Marcelo Scandroli
João Paulo Reis Faleiros Soares gerente de RH da Método Engenharia
Oportunidade de mercado
Como o senhor vê os engenheiros mais velhos? Como a Método lida com os profissionais mais experientes que chegam à empresa?
Temos contratado profissionais de mais de 40 anos para posições de maior responsabilidade. Quem conseguiu construir um currículo mais consistente e atuou em obras complexas, leva vantagem. Quem tem experiência, sabe resolver problemas. E obra, a gente sabe, é o lugar onde os problemas acontecem.
O engenheiro mais velho deve ser mentor do mais novo?
A troca de experiências no contexto real de trabalho é fundamental. Colocar engenheiros mais novos - que geralmente vêm cheios de energia mas têm pouca experiência prática - para trabalhar sob a supervisão de engenheiros mais experientes pode ajudar a gerar soluções para novos problemas. O engenheiro mais velho pode ter, sim, esse papel de "formador".

Podemos dizer que o engenheiro de obras tem um novo perfil, diferente do que tinha há duas décadas? Atualmente valoriza-se a habilidade nas relações interpessoais, pois há uma grande interdependência entre construtoras e fornecedores. O mesmo acontece no relacionamento com clientes e funcionários. Em obras comerciais, por exemplo, um bom relacionamento com o cliente pode gerar novos contratos.
Desafios do Engenheiro mais velho

Fotos: Marcelo Scandroli
Hoje, o profissional precisa demonstrar um perfil versátil para desenvolver várias frentes de trabalho, simultaneamente. Outro grande desafio é conviver com os novos paradigmas do mundo globalizado e digitalizado, onde todos compartilham o mesmo espaço. Segundo Vera Martins, educadora e mestre em comunicação, diretora da Assertiva Consultores, as gerações mais novas pensam diferente da geração do mundo analógico. No mundo digital, as relações interpessoais são mais igualitárias e assertivas. "Esse novo mundo corporativo, diferente do tradicional, exigirá do engenheiro mais velho flexibilidade para mudar, revisar seu modelo mental, avaliando quais crenças e valores estão orientando seu comportamento de forma produtiva e os que devem ser adequados aos novos tempos", recomenda.

Segundo Vera, por ter mais experiência, esse profissional fará bem o papel de mentor se usar uma comunicação assertiva, clara e respeitosa, estabelecendo uma sintonia com os mais jovens. Porém, se ele se colocar numa posição de "sabe tudo", o jovem poderá reagir desfavoravelmente. "As novas gerações acreditam que também podem ensinar os mais velhos. E como os jovens se relacionam por meio de redes sociais, onde todos têm a mesma importância e são iguais, o paradigma das relações interpessoais também muda dentro das empresas", explica Vera. Outro problema a ser enfrentado é lidar com as relações de poder. Antes, a crença reinante era "manda quem pode e obedece quem tem juízo". Hoje, o foco está nas competências e nos resultados. Portanto, o engenheiro veterano deve ser proativo, correr riscos, tomar decisões e resolver os problemas. "Além disso, o timing é outro. Não dá mais para esperar o chefe dar a última palavra", lembra Vera. "O mundo está mais acelerado e as decisões não podem ficar centradas no topo da pirâmide."
Os Veteranos

Fotos: Marcelo Scandroli
Francisco Saes, 50 anos coordenador de obras da Araújo Engenheiros Associados
Engenheiro civil formado pelo Mackenzie em 1986, Francisco afirma que o mercado está "comprador" e, por isso, há oportunidades para os profissionais veteranos. Há uma forte procura por gerentes, coordenadores e engenheiros de obra. "Eu tenho sido consultado por empresas de headhunting e até diretamente por empreendedores", conta ele, diante da situação atípica. Com jornada de trabalho que geralmente avança noite adentro, Francisco lembra que em algumas empresas o engenheiro de obra responde pela quase totalidade dos processos do empreendimento, desde planejamento, programação e controle - da produção, dos processos, contratos - até projetos e relacionamento com clientes. Como atende a clientes institucionais, shopping centers e hospitais, muitas vezes, o trabalho se estende até o período noturno. O estresse, inevitável, ocorre em função dos prazos, custos, das várias frentes de serviços, da mão de obra difícil e sem qualificação e da administração do tempo. "Procuro prever esses eventos no planejamento semanal para gerenciá-los, de forma a não comprometer o meu trabalho, nem minha saúde", pondera.

Desde o início da carreira, Francisco trabalhou em várias áreas, desde construtoras, gerenciadoras, empresas de engenharia consultiva, consultoria de gestão, atuando também como contratante de obras em instituição de ensino. A dificuldade maior foi nos anos 80, quando a economia do país entrou em recessão. "Tive companheiros que migraram para outras áreas, principalmente a financeira, de seguros e, nos anos 1990, para TI, para implantação de software de gestão ERP. Alguns, ainda hoje, encontram-se em posições de destaque nessas áreas", diz. O que o fez permanecer na área foram os desafios da profissão de engenheiro, que mescla a busca de soluções técnicas, boa convivência e entendimento, crescimento profissional e pessoal dele e dos colegas.

Hoje, com sua experiência, ele tem prazer em ensinar os mais novos. "Quando identifico potencial em algum trabalhador ou colega mais novo, não deixo de promover um coaching, orientando a pessoa", descreve. Para ele, o engenheiro deve ser proativo e saber comunicar-se bem. No dia-a-dia procura estabelecer uma cultura de entendimento, ouvindo todos os envolvidos. Isso promove o envolvimento das pessoas, segundo Francisco, trazendo ganhos para todos. O diálogo, diz ele, deve ser a grande ferramenta dentro de uma obra, e estabelecê-lo é uma obrigação do profissional que lidera. A partir daí ele direciona suas decisões da forma mais objetiva possível. Com isso, espera o real comprometimento das pessoas com o trabalho, meta principal do engenheiro que atua em obras.

Fotos: Marcelo Scandroli
José Luiz Ribeiro Barbosa, 61 anos coordenador de obras da Leiter Engenharia
A rotina de José Luiz, como não pode deixar de ser em tempos de mercado aquecido, é multitarefas. Planejar, controlar os custos, zelar pela qualidade dos serviços, cuidar da segurança no trabalho e dar condições para que os funcionários possam desenvolver suas tarefas fazem parte do cotidiano do engenheiro civil formado pela Escola de Engenharia Civil de Volta Redonda, Rio de Janeiro, em 1978. Nas obras de conjuntos residenciais para o Minha Casa, Minha Vida, ele enfrenta a jornada de trabalho de oito horas, mas que normalmente se prolonga, às vezes por conta de reuniões no escritório ou na obra com fornecedores, calculistas, arquitetos. Segundo ele, a principal fonte de estresse para o engenheiro que lida com obras hoje em dia é a baixa qualidade da mão de obra. Portanto, a tarefa exige um acompanhamento mais rigoroso da execução dos serviços, desviando o profissional de sua atividade principal que é o planejamento da obra. Com o mercado aquecido, trabalho não falta e a procura por profissionais com experiência é grande. "Tenho recebido algumas propostas, mas não a ponto de deixar meu atual emprego, pois não devemos ver somente a remuneração, mas também as condições e os benefícios indiretos oferecidos pela empresa", pontua.

Sua trajetória na construção civil foi bem diversificada, passando por obras industriais, comerciais e residenciais, inclusive em outros Estados. "Ocupei funções desde engenheiro estagiário a gerente de engenharia. No início, como recém-formado, senti dificuldade por causa da falta de experiência, já que a faculdade onde cursei engenharia não oferecia muitas oportunidades de estágio", lembra. Também viveu nas fases mais difíceis por que passou o setor da construção civil o fantasma do desemprego. Em épocas de crise, enfrentou muitas dificuldades e precisou submeter-se a salários mais baixos do que o mínimo condizente com a sua experiência. "O que me fez permanecer na profissão foi o fato de gostar e muito do que faço. Não consigo me ver em outra atividade", argumenta. Entre ser durão ou compreensivo com o pessoal, José Luiz conta que o relacionamento do engenheiro com seu pessoal deve ser o mais profissional possível.  "Devemos focar sempre o justo e o correto, compreendendo os dois lados da questão", diz. Pelo visto, a habilidade de relacionar-se é atualmente uma das qualidades mais valorizadas pelas construtoras. Assim, o profissional que antes era muito mais focado na capacidade técnica, agora precisa desenvolver seus relacionamentos interpessoais.

fonte: Revista Téchne

domingo, 4 de março de 2012

O Estudante de hoje está preparado para o amanhã?

O que podemos esperar dos estudantes de hoje? como será o mercado de trabalho nestes anos de copa e olimpíada e com o déficit de Engenheiros neste mesmo mercado?

ESPIRALL SOLUÇÕES SUSTENTÁVEIS: Tecnologias Ambientais para construção de Casas ec...

ESPIRALL SOLUÇÕES SUSTENTÁVEIS: Tecnologias Ambientais para construção de Casas ec...: Para quem está construindo sua casa, não há momento melhor para torná-la sustentável, pois poderá escolher todos os materiais que serão ut...

Os erros fatais nos primeiros 90 dias no novo emprego

O mercado de trabalho está em ebulição e a guerra por profissionais qualificados nunca foi tão agressiva. Mesmo assim, de cada 200 profissionais contratados, cerca de 20 não duram nem um ano no novo emprego. Nos Estados Unidos, este índice é de 25%.
 
“A aterrissagem numa nova empresa é sempre um desafio para a carreira , isso mexe com toda a questão comportamental”. Na berlinda, aspectos relacionados ao domínio que você tem sobre determinados conhecimentos técnicos para o cargo em questão, fatores de alinhamento com a cultura da empresa e questões comportamentais.

Confira no que os profissionais recém-contratados mais erram nos primeiro 90 dias dentro da empresa.

1. Não buscar se ambientar

Primeiro grande erro de um recém-chegado na empresa...O famoso “chegar chegando” sem compreender muito bem quais as entrelinhas das relações e cultura da companhia em questão.

O profissional chega querendo dar o tom, enquanto deveria entender quais são os códigos. Sem entender isso, ele erra muito a mão já nas primeiras impressões.

A pessoa chega com a ansiedade de querer gerar resultado logo e mergulha no dia a dia, mas acaba atropelando tudo, se o profissional dedicasse, pelo menos, uma hora por dia para estudar a empresa, provavelmente, geraria um resultado melhor.

2. Falta de resiliência

Mudar de emprego sempre é uma excelente chance para se reinventar. Poucos, contudo, conseguem dominar suas emoções e expectativas para lidar com este fato".

"Se eu não tiver resiliência, capacidade de me adaptar ao novo contexto, vou errar a mão: ou vou bater mais forte ou vou deixar de correr riscos, por medo.


Para não entrar neste círculo, a dica é aproveitar este momento para também fazer um mergulho para dentro de si. Isso mesmo. Procure se conhecer mais e, principalmente, romper os limites e paradigmas que teimam em manter você na mesma toada desde sempre.

3. Não estar pronto para aprender

Fórmulas seguidas, exaustivamente, ao longo de uma carreira não necessariamente serão efetivas em novos contextos. Muitos profissionais, contudo, se esquecem desta realidade e se fecham para outros conceitos e aprendizados.

Rejeitar a ideia de que novos contextos de trabalho, muitas vezes, exigem novas competências e conhecimentos pode ser o primeiro passo. O profissional que chega com um modelo mental fechado ou que não tem essa disponibilidade para aprender erra muito.

4. Fechar as portas para o feedback

Por medo de manchar sua reputação logo de cara, há quem prefira ocultar prováveis problemas ou descompassos nos primeiros meses de companhia. Se você integra este grupo, sinal vermelho.

No dia D, quando começa o trabalho, é necessário uma comunicação clara para fazer alguns ajustes de expectativas. O profissional precisa se posicionar, Obviamente, respeitando a cultura da empresa.

5. Não focar nos relacionamentos

Os três primeiros meses também são essenciais para formar alianças e investir nos relacionamentos com os novos colegas de trabalho. Muitos, contudo, focam demasiadamente na área técnica e deixam as pessoas para segundo plano.

Abre a porta com quem pode ajudar você, mas, principalmente, oferece uma visão mais completa e abrangente sobre a realidade da empresa.

domingo, 26 de fevereiro de 2012

Projeto Casa Eficiente demonstrará tecnologias para construção

Fonte: Redação do Site Inovação Tecnológica - 31/05/2005


Um centro de referência de tecnologias  que visam o uso racional de energia elétrica, o conforto térmico e o menor impacto ambiental, aliados ao projeto arquitetônico. Este é o projeto Casa Eficiente, que pretende desenvolver e demonstrar tecnologias para o uso inteligente da energia elétrica e o menor impacto ambiental possível, tanto na hora de construir quanto durante a utilização da residência.


A Casa Eficiente é projetada a partir de estudos climáticos locais, no caso, o Litoral de Santa Catarina, apresentando soluções como barreiras que diminuem a intensidade dos ventos predominantes do inverno, aquecimento solar, placas fotovoltaicas que transformam energia solar em energia elétrica, tratamento da água dos efluentes através de zonas de raízes, captação da água das chuvas, entre outros.


O uso de materiais de reflorestamento - madeiras de pínus e eucalipto impermeabilizadas - e o aproveitamento de entulhos na fabricação de mistura de cimento são apenas dois exemplos do cuidado com o meio-ambiente. "Iniciativas de pesquisa como essas têm reflexos na sociedade do futuro, pois são perenes e vão permitir mais qualidade de vida para todos. Elas representam o que a criatividade humana e a ciência, juntas, podem construir", comemora Milton Mendes.


A residência, que está sendo construída no pátio do prédio sede da Eletrosul, será aberta a visitações após a sua conclusão, prevista para o segundo semestre deste ano.


Além de servir como um laboratório para os pesquisadores da área, a casa será também uma vitrine de idéias para quem deseja construir sem afetar tanto o meio ambiente. Se ao erguer uma casa, for utilizada pelo menos uma das soluções apresentadas, esta será uma maneira de preservar a qualidade de vida das gerações futuras. "Este projeto é uma síntese do avanço do que a tecnologia e a ciência humana podem produzir para facilitar a vida das pessoas", diz o presidente da Eletrosul, Milton Mendes.


O projeto Casa Eficiente nasceu de uma parceria entre a Eletrosul, Eletrobrás, Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica (Procel) e Laboratório de Eficiência Energética em Edificações (LabEE) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e representa investimentos de R$ 477 mil.
Pesquisa mostra que maiores fontes de poluição em rios paulistas são os resíduos industriais e o esgoto doméstico


Estudo feito por uma equipe de sete especialistas ligados à área de saneamento e saúde ambiental, identificou 134 elementos químicos diferentes presentes no trecho urbano dos rios Tietê e Pinheiros.

Por Redação CicloVivo


Pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) divulgaram recentemente um estudo com dados sobre as características de dois grandes rios que cortam a capital paulista, Tietê e Pinheiros, mostrando que os elementos encontrados neles são distintos, portanto mereceriam tratamentos diferenciados.
O trabalho de pesquisa, feito por uma equipe de sete especialistas ligados à área de saneamento e saúde ambiental, foi realizado durante o período de agosto de 2007 até dezembro de 2008. Através da análise, puderem ser identificados 134 elementos químicos diferentes presentes no trecho urbano dos rios.
A conclusão a que os pesquisadores chegaram é de que existem tipos diferentes de poluições nos dois rios. Além disso, os fatores que mais prejudicam a qualidade da água são os resíduos industriais e o esgoto doméstico.
No caso do rio Tietê, que recebe também as águas do rio Pinheiros, foram identificadas altas concentrações de fósforo, nitrogênio amoniacal, DBO e detergentes. Esses resquícios dão a ideia de que ele seja mais afetado pelos resíduos domésticos, no entanto, também foram identificados elementos resultantes da indústria, como: pilhas e solventes, produtos usados em limpeza a seco e em atividades de “desengorduramento” de metal.
Já o rio Pinheiros, que também teve elementos exclusivos encontrados em suas águas, registrou-se a presença de compostos agrícolas, mesmo que praticamente nenhuma atividade do tipo seja realizada em seu leito. Uma possível explicação é de que os organoclorados identificados sejam fruto do uso de inseticidas aplicados nas margens do rio para reduzir a quantidade de mosquitos. A maior preocupação é em relação aos impactos que a substância pode ter na contaminação da água, pois é considerada cancerígena.
Para os pesquisadores, os dados comprovam que a grande responsabilidade pela poluição dos dois rios é, em grande parte, da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo). “A concentração de hidrocarboneto da água (algo que pode ser creditado à omissão da Prefeitura) é ínfima quando comparada à presença de substâncias oriundas do esgoto (que deveria ser tratado pela Sabedp)”, explicou o promotor e coautor do estudo, José Eduardo Lutti, do Ministério Público de São Paulo, em declaração ao jornal O Estado de S. Paulo. O rio Tietê ainda recebe o esgoto proveniente de 33 bairros da metrópole.
O trabalho de recuperação dos rios tem sido feito há muitos anos e hoje está na terceira fase. A etapa, iniciada em agosto de 2011, conta com investimentos de R$ 1,5 bilhão e se prorrogará pelos próximos dez anos.

Fonte: CicloVivo - EcoAgência  

sábado, 25 de fevereiro de 2012

Cidades Sustentáveis + Inteligentes I Sustainable Cities + Smart Informal Cities: Megacidades & Desenvolvimento Sustentável I Mega...

Cidades Sustentáveis + Inteligentes I Sustainable Cities + Smart Informal Cities: Megacidades & Desenvolvimento Sustentável I Mega...: O desenvolvimento das megacidades contemporâneas impõe os desafios e oportunidades do desenvolvimento sustentável e da gestão intelig...

Engenharia Civil, mercado de trabalho

Engenharia Civil

Um engenheiro civil  é quem projeta, gerencia e executa obras que vão desde casas e edifícios, até estradas, viadutos, barragens e portos. Ele deve acompanhar todo o processo da construção ou da reforma, da criação do projeto à execução do mesmo. Sua análise deve incluir o solo do local onde a obra será feita, além da insolação e ventilação desse local. A partir daí passa a desenvolver o projeto, com especificação nas redes de instalações elétricas, hidráulicas e também de saneamento, sempre definindo que material deverá ser utilizado em cada um deles.


Na hora da execução é ele quem cobra supervisiona os prazos de entrega da obra, os custos, o padrão de qualidade e de segurança, além de garantir a estabilidade da construção por meio de cálculos dos ventos e das possíveis mudanças de temperatura, dando atenção à resistência dos materiais.
Projetos do governo federal, como o Programa de Aceleração do Crescimento, o PAC, e oMinha Casa Minha Vida, ajudam a manter o mercado de engenharia civil aquecido no país. Portanto, nos próximos anos a demanda de profissionais nessa área deve aumentar bastante, pois além desses projetos, ainda teremos dois eventos mundiais acontecendo no Brasil: A Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016, que exigirão construções de portos, canais e barragens, por exemplo. Os setores de petróleo e gás são vistos como mercados promissores para a engenharia civil, pois receberão investimentos para obras de grande porte, como plataformas, gasodutos, navios e refinarias. O salário inicial de um engenheiro civil gira em torno de R$ 3.060,00, para seis horas diárias de trabalho.
O curso de engenharia civil  dura cerca de cinco anos, e foca em disciplinas como matemática, física, estatística, desenho e lógica. Existem vários caminhos que um engenheiro civil pode seguir, dando ênfase em seu curso superior. São várias as opções: ênfase em meio ambiente, estruturas metálicas, sistemas construtivos, transporte e logística, infraestrutura, produção civil e construção civil.

Redes sociais alteram negócios na construção civil

CAMINHOS DA ENGENHARIA CIVIL NO BRASIL

No Brasil, desde o início da década de 80, a Engenharia Civil vem sofrendo os efeitos de uma prolongada crise de falta de investimentos, que reduziu os seus atrativos como área de desenvolvimento profissional perante os postulantes à formação técnica de nível médio ou superior.
Enfatizamos que a crise é de falta de investimentos, para que não se confunda a estagnação brasileira com a européia, por exemplo, cujas origens são estruturalmente diversas.


Regredindo no tempo, no caso europeu, o fim da Segunda Guerra Mundial foi um marco representativo. De um lado, devastação radical da economia dos países e a destruição de vias de transporte, indústrias, usinas geradoras de energia e cidades inteiras. Do outro, a disputa de áreas de influência política entre os vencedores do conflito. Era o início da Guerra Fria.


Tudo precisava ser reconstruído! E os Estados Unidos, cujo território continental havia permanecido incólume e a indústria havia experimentado um crescimento avassalador e definitivo, consolidava a sua presença militar estratégica através da criação da OTAN. O amadurecimento dos dirigentes mundiais evitou que fossem cometidos os mesmos erros da I Guerra Mundial, quando o Tratado de Versalhes e suas pesadas e intermináveis indenizações findaram por gerar sólo fértil para o advento do Nazismo.


Com os compreensíveis rancores controlados por uma intensa propaganda conciliadora, isentando a população dos países derrotados da insanidade dos seus líderes, os vencedores auxiliaram na recuperação dos vencidos, reintegrando-os ao concerto das nações sob a condução dos principais vitoriosos: Estados Unidos e União Soviética, cada um tratando de garantir a sua reserva de mercado.


Esta intensa recuperação, que se prolongou pelas décadas de 50 e 60, provocou a interiorização de países de índole colonialista, como Inglaterra, França etc. Voltados para a reconstrução da sua infra-estrutura e influência, viram seus territórios ultramarinos passarem a sofrer as influências da Guerra Fria num momento em que não dispunham de recursos e nem de motivação nacionalista para preservá-los.


Bom para a democracia, ótimo para a indústria bélica das potências mundiais, que lucrou e lucra até hoje com os conflitos das antigas colônias.


Essa perda de colônias também contribuiu para o incremento da recuperação européia. A busca competitiva de mercados gerou o surgimento de indústrias modernas, redução de custos de produção, desenvolvimento de tecnologias etc.


Mais ou menos 20 anos depois do conflito, a Europa Ocidental ressurgiu como potência econômica, relativamente autônoma, disputando não mais extensões territoriais, mas influência econômica: o Colonialismo moderno. Para tanto, foram efetuados grandes investimentos financeiros. Cidades, estradas, obras de arte, portos e indústrias foram reconstruídos de forma massiva, mobilizando governo, empresários, técnicos e operários num esforço poucas vezes visto na história da humanidade.


Este foi o paraíso contemporâneo da Engenharia Civil como de outras áreas profissionais também. A premência de conclusão das obras conduziu, também, ao desenvolvimento de novos métodos de concepção, emprego de novas técnicas construtivas, equipamentos e materiais.


Com a Europa reconstruída, houve uma queda de investimentos nas áreas internas de interesse de profissionais da Engenharia Civil. A ênfase ficou por conta de empreendimentos habitacionais, majoritariamente, privados. As grandes obras de infraestrutura ficaram por conta de granes empreendimentos pontuais, ampliação das linhas de trens de grande velocidade e abertura do mercado da Europa do Leste, de demanda reprimida por anos de vinculação compulsória à União Soviética.


A Engenharia Civil passou a perder interesse profissional em prol de outras atividades ligadas, sobretudo, à informatização.


A saída das escolas européias foi buscar novos mercados em parceria com o governo e empreendedores. É comum, nas universidades e escolas européias, encontrar cursos de Engenharia Civil com a presença significativa de estudantes de países não-europeus, particularmente, ex-colônias.
De certa forma, isso é indicativo de que, apesar do fim da dominação física, o Colonialismo não se preocupava com a autonomia de territórios ultramarinos. Normalmente, estas colônias eram dotadas de infra-estrutura precária. Precisavam, e precisam, de investimento e obras que garantissem insumos para o desenvolvimento econômico e estabilidade política. Outro aspecto interessante do escopo destes cursos é o ensino de idiomas. Além do inglês, são ministrados cursos de francês, espanhol, árabe, russo e – pasmem - chinês!




BRASIL


A analogia com o Brasil está mais para a situação das ex-colônias do que para a da Europa. Também ex-colônia, nosso país viveu, até a década de 40, sob um sistema produtivo predominantemente agrário e extremamente frágil por estar sujeito ao desempenho de economias mais pujantes e diversificadas. Além disso, tínhamos um histórico de incompetência administrativa e política que nos mantinha na esfera da influência das potências mundiais.


Iniciativas autônomas foram o embrião de uma mudança de ares econômicos. O Estado Novo e o governo de 1951 a 1954, de Getúlio Vargas, começaram o efetivo processo de industrialização do Brasil através da implantação de indústrias de base e os 50 anos em cinco de Juscelino deram os contornos e diretrizes necessários à consolidação do processo de diversificação da economia nacional.


Mas a sombra dos interesses hegemônicos internacionais sempre esteve lá.
A desculpa: a Guerra Fria.
O mecanismo de freio e manobra: o endividamento externo.


O Golpe de Estado de 1964 poderia ter apresentado resultados interessantes, mas a intransigência dos governantes, cultivada por uma conjuntura continental maniqueísta agravada pelo pânico dos Estados Unidos de que a Revolução Cubana se disseminasse pela América Latina e a falta de habilidade e exacerbação ideológica dos contra-golpistas, fizeram o jogo dos interesses externos.


Após o Golpe, a situação do Brasil foi semelhante a da Europa do pós-guerra, mas com aspectos menos grandiosos., afinal, não havíamos guerreado e nem perdido para os Estados Unidos. Neste período, apesar de impregnado pelas tênebras da opressão política e pela ocultação de situações inaceitáveis, o Governo decidiu, sabiamente, prosseguir o processo de industrialização.


Este foi o paraíso tupiniquim da Engenharia Civil: grandes obras de infra-estrutura e algumas faraônicas e superfaturadas, implantação de indústrias, muito investimento em aquisição de tecnologia, mas pouco na pesquisa científica. A propaganda oficial era intensa. O Brasil era o País do Futuro!. Na verdade, era palco de intensas diferenças sociais que o tornavam alvo fácil de ações maniqueístas, da eterna luta entre o bem e o mal, que nunca apareciam bem caracterizados.


Na disputa por este mercado emergente, os investidores destinaram vultosas somas aos projetos do governo militar, não se importando se os recursos eram ou não totalmente aplicados no seu real objetivo. O que importava era que teriam que ser ressarcidos com polpudos juros e, para piorar, havia uma insensata busca de hegemonia na América Latina que era levada a limites extremamente perigosos pelos militares que governavam os países na época. O acordo nuclear entre o Brasil e a Alemanha foi um exemplo significativo disso. Estávamos enfeitiçados pelo canto da sereia!


Curioso é que as duas maiores críticas ao governo de Juscelino (o endividamento externo e a escalada inflacionária) tenham sido multiplicados por dois dígitos neste período de exceção, sem que isso fosse considerado como um estorvo, mas como o preço do desenvolvimento acelerado. Mais curioso é que muitos dos artífices desses planos ainda estejam na ativa, dizendo como seria a maneira correta de conduzir a economia brasileira!


Em 1973, com a Crise do Petróleo, o sonho brasileiro começou a virar pesadelo. O dinheiro fácil dos investimentos internacionais mostrou sua real intenção: o Brasil era um mercado! Só interessava investir no que desse retorno às multinacionais, que já dispunham de mão-de-obra barata com alto poder de adaptação, e garantisse a manutenção do país no bloco ocidental.


O país que ninguém segurava havia caído e estava imóvel na teia de aranha que havia ajudado a construir.


Endividado, inflacionado e recessivo, o Brasil retornou à democracia com inegáveis melhorias de infra-estrutura, mas com uma conta a pagar por gerações, semelhante a do Tratado de Versalhes. Talvez isso mostre por quê a Globalização não nos choca tanto. Estamos há tanto tempo ao sabor dos interesses internacionais que o processo não nos assusta. É pena que a nossa dívida também não seja globalizada!


Para a Engenharia Civil, a experiência das grandes obras de infra-estrutura realizadas durante o governo militar permitiu o acesso competitivo ao mercado externo, disputado com as grandes empreiteiras internacionais. No caso das empresas européias, tratava-se de sobrevivência por falta de mercado interno ou necessidade de expansão, só que a realidade da Europa era diferente da nossa: tínhamos muito o quê fazer no território pátrio, mas a torneira dos investimentos estava fechada.


Este foi o período negro da Engenharia Civil brasileira recente.


Como os investimentos em infra-estrutura são altos e dependem de recursos internacionais, as grandes obras foram desaceleradas ou interrompidas, e os novos projetos foram engavetados. A atual crise energética nacional é um subproduto dessa conjuntura.


O enorme contingente de engenheiros civis – a grande profissão das décadas de 60 e 70 – teve que abandonar o fascinante e eclético mundo dos grandes empreendimentos: uns para os mercados convencionais da construção civil, utros para áreas administrativas ou, simplesmente, viraram suco...


A profissão perdeu mercado específico por demanda reprimida, mas ocupou nichos de mercado importantes. Já na sua área mais tradicional (edificações), teve avanços em pesquisas, materiais e técnicas construtivas, reduzindo custos e prazos de execução de empreendimentos. Felizmente, as mentes continuaram produzindo.


Após mais de uma década de novas tentativas de retomada de desenvolvimento com planos econômicos tão mirabolantes quanto desastrados, com o mercado financeiro ganhando de goleada do investimento em produção e a intensa migração do campo para as cidades, o Plano Real trouxe novo alento ao país.


Apesar dos novos e rudes golpes das nações desenvolvidas, o Brasil enxugou a máquina, modernizou a indústria, iniciou a Reforma Agrária e aprendeu a viver em democracia, retomando, gradativamente, a confiança e o respeito internacional. Enfim, confirmou sua imensa capacidade de adaptação e superação.


O governo FHC criou mecanismos para a reativação da economia, atraindo investimentos privados e criando novos núcleos de desenvolvimento fora do circuito: São Paulo – Rio de Janeiro – Minas Gerais. Demonstrou, ainda, perspicácia, ao impedir que o incentivo a criação de novos pólos de desenvolvimento viesse acompanhado de protecionismo regional em detrimento dos centros tradicionais, evitando a adoção, internamente, do mesmo tipo de política que criticamos no mercado internacional.


As privatizações das estatais ainda carecem de uma avaliação quanto a sua eficácia.


O comportamento da economia brasileira também mostra tendência promissora de crescimento com estabilidade. Esta retomada, entretanto, trouxe à tona as nossas deficiências estruturais causadas por décadas de falta de investimento em áreas fundamentais, como transportes em geral, geração e distribuição de energia, saneamento básico, pesquisa científica, informatização, reforma agrária, distribuição de renda, educação etc.


Todas as iniciativas dos governos, em seus vários níveis, são questionáveis e necessitam de correções, mas não se pode negar que iniciativas estão sendo tomadas.


Em tudo o que está relacionado acima, a participação direta do profissional de Engenharia Civil é fundamental.
Isto representa a retomada do status da profissão?
Sim, na medida em que o desenvolvimento material está diretamente relacionado à capacidade de obter da natureza aquilo que ela nos dispõe, de forma racional e sustentável. E essa é a atividade da Engenharia.


Alguém duvida ou questiona necessidades de melhoria da logística de transportes, ampliação de capacidade, modernização e multiplicação de portos, aeroportos, hidrovias e ferrovias, expansão de saneamento básico, reurbanização das cidades e melhoria da infra-estrutura rural e de gerar energia para sustentar tudo isso? Se esse processo for conduzido de forma idônea, acompanhado dela democratização das oportunidades, combate à corrupção e distribuição de renda, atingiremos, inexoravelmente, um elevado estágio de prosperidade com justiça social.


Para tanto, a ordem interna deve ser: manter e modernizar o existente, interiorizar o desenvolvimento e, externamente, integrar-se ao concerto das nações sem perder a nossa identidade.


Lembremos que, enquanto engenheiros, somos artífices da materialização de idéias e sonhos, nossos e de outros. Nosso pragmatismo é o contraponto positivo dos idealistas e a nossa obstinação em concretizar e o gosto por desafios é o passaporte para novos patamares da evolução humana. Nosso poder de superação não tem limites!


A Engenharia Civil é como aquele jogador de meio-campo que a torcida não vê, mas que o técnico sabe ser imprescindível ao desempenho da equipe. Eclético e solidário, ele joga de cabeça erguida, enxerga o campo todo, antecipa as jogadas, auxilia no ataque e volta para cobrir a defesa. Nunca será artilheiro, mas dá assistência e comemora os gols como se fossem seus. Tem espírito de equipe e consciência de metas.


É impossível vislumbrar desenvolvimento sem associá-lo à Engenharia Civil como princípio, meio e fim.


Os caminhos para a Engenharia Civil estão, novamente, abertos. É certo que haverá sempre, pedras no caminho, mas para quem está habituado a construir estradas, obras de arte e edificações, isso não é problema, é matéria-prima. Aliás, em parceria com a Engenharia Elétrica, nada melhor para encontrar uma luz no fim do túnel da atual crise!




Fonte: CAMINHOS DA ENGENHARIA CIVIL NO BRASIL